Kobe beef: a carne mais cara do mundo

O boi da raça japonesa Wagyu (lê-se 'uaguiú") é o responsável pela produção de uma das carnes mais caras do mundo, que chega a ser vendida por até US$ 1.000 o quilo no Japão.

Imagem: beefpoint 


Na Fazenda Yakult, a maior produtora, os bezerros são desmamados com 8 meses de idade e pesam em média 220kg aos 13 e 14 meses. Neste ponto, é realizada uma análise por ultrassom em cada animal para se verificar o potencial de marmoreio e de área de olho-de-lombo (AOL). Esta ferramenta é utilizada para selecionar quais animais serão selecionados para reprodutores e quais serão abatidos.

Os bois da raça Wagyu são criados a base de grãos especiais, e possuem cerveja e maça na alimentação. Os animais bebem cerveja diretamente da garrafa, pois segundo os criadores, estimula a comer mais. Além disso, são escovados todos os dias com saque para eliminar as moscas e carrapatos, recebem seções de massagem regularmente, fazem acupuntura, dormem em tapetes térmicos e escutam musicas clássicas para acalmar os ânimos. Uma verdadeira vida de luxo, que vai resultar em uma carne com textura, sabor e cor incríveis.

Os animais selecionados para corte são confinados dos 14 aos 28 ou 30 meses de idade, até alcançarem os 750kg. A dieta utilizada é baseada em silagem de milho e concentrado. Dependendo da região e disponibilidade o concentrado pode variar, na Yakult são utlizados principalmente milho, farelo de soja e farelo de trigo.

Imagem: beefpoint

O preço e o delicioso sabor do Kobe beef são justificados pelo tratamento de luxo dos animais. Todo um processo de criação diferenciada é feito, e por isso concede a carne características únicas. Os animais da raça Wagyu possuem predisposição genética para acumular o dobro ou mais de gordura, e para evitar a criação de músculos, são criados para se locomover o mínimo possível.

Imagem: jtbusa

No mundo, os maiores países criadores da raça e consumidores da carne Wagyu são o Japão, EUA e Austrália. No brasil, são 3.500 animais puros cadastrados pela Associação. O cruzamento também é utilizado para o fornecimento de carne, e o maior produtor no Brasil fica em Campo Grande-MS, com 15.000 cabeças. Registados na Associação, são 35.000 animais cruzados, e as raças mais utilizadas são a Brangus e Angus, Eliel comenta. Quanto à adaptação ao sistema tropical, Eliel explica que há criadores no oeste paulista, no MS, norte do MT e BA. O animal é “mais resistente em relação a outras raças taurinas, o touro reproduz no calor intenso. Os dois maiores problemas são ectoparasitas e diarreia neo-natal”.

A carne é classificada de acordo com seu grau de marmoreio, ou seja, a quantidade de gordura entremeada. Quanto maior a quantidade de gordura, maior o número que ela recebe.
Imagem: beefpoint

A classificação japonesa vai de 1 a 12, e serve também como referência para o preço da carne, inclusive em restaurantes, que cobram mais caro pelas peças de número maior. Aqui no Brasil são produzidas carnes de 1 a 8, mas o preço do produto não varia conforme a  numeração.


Este prato, preparado no restaurante Rubaiyat, em São Paulo, é o Baby Beef Kobe, que custa R$ 222, com 400 gramas.


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